Certo dia a cauda de uma serpente teve a pretensão de dirigir e andar na dianteira. Então os outros membros lhe disseram:
“De que maneira nos conduzirás tu, que não tens olhos nem nariz como os outros animais?”
Contudo, eles não a persuadiram, e, por fim, o bom senso foi vencido: A cauda foi na frente e conduziu, arrastando às cegas todo o corpo, até que afinal despencou num buraco cheio de pedras, onde a serpente feriu a espinha dorsal e o corpo todo.
Então a cauda, bajuladora e suplicante, disse à cabeça:
“Salva-nos, por favor, senhora! de fato eu errei ao tentar competir contigo!”
Esta fábula acusa os homens velhacos e perversos que se rebelam contra os seus mestres.